Monday, June 04, 2007

Um monge no alto , bem mais alto que havia.

Ele avistava os barcos, viajantes eternos, aportarem e partirem.

o burburinho da vida displicente:

do vendedor de peixes, do estivador,
das moças à espera, sempre a esperar,
dos moleques que furtavam os restos de comida,
das cargas, testemunhas de imensidões.

o silêncio corrompia-lhe as palavras
e o fazia vagar horas a fio,
os mesmos passos renitentes...

algo havia no dia
a ser observado

e a fraternidade resguardou-lhe o encanto-mor
de integrar a paisagem
lá do alto, bem mais alto que havia.