Monday, December 17, 2007

a mulher oculta em mim

A hesitação mais verdadeira transfomou-se certa de que haveria caminho e clamou: -Deixem-me passar. A não certeza, nunca-certeza de saber quem se poderia ser concretamente. E mais uma vez: Quem sou eu? A felicidade me deseja como a um amante desgarrado e, sendo assim, eu sou feliz. Mas quem seria feliz antes de mim? Quem é esta que me sorri do espelho? Esta vida é minha, mas minha sendo aquela que sou feliz. E a outra de mim? Onde andará? Aquela que sonha e sangra fatal? Este vazio ainda persiste em algum lugar. E ele sempre persistirá? O que me falta se possuo a felicidade, tão gloriosa? Crescer, será mudar de identidade? Este homem bom que acalanta é aquele mesmo que sempre esperei... mas me falta a mulher que sou, que sonhei encontrar em algum lugar de mim. É esta que me tormenta com a sua ausência e é por ela que ainda tenho febre. Adormecida restará e ela me reclama uma própria vida. Acorda! Desperta, dor! Desperta, para que a felicidade te reconheça como irmã! Como bem reconhece este homem tão antigo quanto és oculta em mim.